Mark Tansey Monte Sainte Victoire

domingo, 30 de outubro de 2011

Johann W. Goethe, Viagem a Itália

VIAGEM À ITÁLIA 1786-1788
Johann Wolfgang von Goethe

Composto de cartas e diários de viagem, esse livro, traduzido diretamente do alemão para uma edição brasileira, mostra o encantamento de Goethe pela terra italiana, experiência que o transformou profundamente. O poeta chegou à Itália em 1786 e, cerca de três meses depois, escreveu a um amigo: "Pareço a mim mesmo uma pessoa totalmente diferente. Ontem pensei comigo: 'Ou você era louco antes ou tornou-se agora' ". De coração aberto, o viajante acolhe tudo o que vê e sente: a cor e o aroma das frutas, o rosto de homens e mulheres, o burburinho das ruas, as obras da Antigüidade, a arquitetura renascentista. Em Viagem à Itália estão presentes a atualidade, a beleza e a alegria que os grandes poetas conseguem imprimir às suas obras.(Companhia das Letras).



A viagem realiza-se num tempo em que viajar ainda é, sobretudo, descobrir.
"Para além do fascínio com os vestígios do mundo clássico, para além da arte, para além das observações de carácter antropológico (naquilo que ainda é o confronto com o outro, aquele que se apresenta como uma revelação, e não como objecto de reconhecimento), ressalta neste texto o confronto com um mundo por explicar: a atenção detém-se nas características geológicas dos espaços que atravessa, aventa possibilidades para elucidar questões de biologia,(...)".
ver http://contramundumcritica.blogspot.com/2010/03/johann-w-goethe-viagem-italia.html
"O texto da obra Viagem a Itália, fixado décadas depois a partir do diário da viagem e das cartas aos amigos, é testemunho de um olhar iluminista que se cruza com a sensibilidade do romantismo emergente."
"Transversal a todo o livro é a tendência para ler a paisagem em termos de construção humana, uma construção que tem no jardim (na natureza estilizada e estetizada) o termo de comparação privilegiado. A Itália que o autor percorre é, de facto, um jardim. Um jardim cuidado ou um jardim descuidado, um jardim íntimo ou um jardim público, um jardim dominado ou um jardim em estado bruto. Mas é também, e os mais de dois séculos de distância propiciam-nos uma nitidez de perspectiva vedada ao autor, um mundo que apesar de tudo não será, a vários níveis, muito distinto do idealizado mundo clássico."
ver http://contramundumcritica.blogspot.com/2010/03/johann-w-goethe-viagem-italia.html
"Sobretudo, precisamente, ao nível das práticas agrícolas, aquilo que Goethe encontra na paisagem italiana (e que talvez não consiga ver, de tão naturais que parecem ser) são as reminiscências de um mundo rural que ao longo dos dois séculos seguintes irá desaparecer irremediavelmente — o trabalho não mecanizado, o uso dos animais de tracção como principal força motriz, o ritmo arrastado das estações como primeiro critério do tempo e da transformação. Uma persistência da Arcádia mitificada que de tão próxima talvez não lhe fosse, de facto, reconhecível como tal."
ver http://contramundumcritica.blogspot.com/2010/03/johann-w-goethe-viagem-italia.html
blog do professor H.G. Cancela. — Professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, na área científica de Estética.

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